quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Escala de Coma de Glasgow

A Escala de Coma de Glasgow é uma escala neurológica que parece constituir-se num método confiável e objetivo de registrar o nível de consciência de uma pessoa, para avaliação inicial e contínua após um traumatismo craniano. É de grande utilidade na previsão de eventuais seqüelas.


História

A escala de coma de Glasgow foi publicada oficialmente por Teasdale e Jennet em 1974, na revista Lancet, como uma forma de se avaliar a profundidade e duração clínica de inconsciência e coma.
Em 1970, o National Institutes of Health, Public Health Service, U.S. Department of Health and Human Services, financiou dois estudos internacionais paralelos. Enquanto um estudou o estado de coma de pacientes com traumatismo cranianos severos, e o segundo focalizou o prognóstico médico do coma. Os pesquisadores desses estudos Desenvolveram então o "Índice de coma", que posteriormente transformou-se na escala de coma de Glasgow, à medida que os dados estatísticos aplicados efinaram o sistema de pontuação, tendo então o número 1 como a pontuação mínima e, depois, uma escala ordinal foi aplicada para observar tendências.
A escala de coma de Glasgow que inicialmente fora desenvolvida para ser utilizada como um facilitador, ou melhor instrumento de pesquisa para estudar o nível de consciência de pacientes com trauma craniano grave e, de forma incisiva, mensurar a função em pacientes comatosos, dificuldade da definição da extensão da lesão cerebral.


Elementos da escala

Escala de coma de Glasgow

Olhos
1 Não abre os olhos
2 Abre os olhos em resposta a estímulo de dor
3 Abre os olhos em resposta a um chamado
4 Abre os olhos espontaneamente

Verbal
1 Emudecido
2 Emite sons incompreensíveis
3 Pronuncia palavras inapropriadas
4 Confuso, desorientado
5 Orientado, conversa normalmente

Motor
1 Não se movimenta
2 Extensão a estímulos dolorosos
3 Flexão anormal a estímulos dolorosos
4 Flexão / Reflexo de retirada a estímulos dolorosos
5 Localiza estímulos dolorosos
6 Obedece a comandos


Abertura ocular (AO)

Existem quatro níveis:

4. Olhos se abrem espontaneamente.
3. Olhos se abrem ao comando verbal. (Não confundir com o despertar de uma pessoa adormecida; se assim for, marque 4, se não, 3.)
2. Olhos se abrem por estímulo doloroso.
1. Olhos não se abrem.


Melhor resposta verbal (MRV)

Existem 5 níveis:

5. Orientado. (O paciente responde coerentemente e apropriadamente às perguntas sobre seu nome e idade, onde está e porquê, a data etc.)
4. Confuso. (O paciente responde às perguntas coerentemente mas há alguma desorientação e confusão.)
3. Palavras inapropriadas. (Fala aleatória, mas sem troca conversacional).
2. Sons ininteligíveis. (Gemendo, sem articular palavras.)
1. Ausente.


Melhor resposta motora (MRM)

Existem 6 níveis:

6. Obedece ordens verbais. (O paciente faz coisas simples quando lhe é ordenado.)
5. Localiza estímulo doloroso.
4. Retirada inespecífica à dor.
3. Padrão flexor à dor (decorticação).
2. Padrão extensor à dor (descerebração).
1. Sem resposta motora.


Interpretação

Pontuação total: de 3 a 15

* 3 = Coma profundo (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo);
* 4 = Coma profundo;
* 7 = Coma intermediário;
* 11 = Coma superficial;
* 15 = Normalidade

Classificação do Trauma cranioencefálico (ATLS, 2005)

* 3-8 = grave (necessidade de intubação imediata)
* 9-13 = moderado
* 14-15 = leve


Escala pediátrica

* Melhor resposta motora:

1. Nenhuma resposta.
2. Extensão(descerebração).
3. Flexão(decorticação).
4. Se afasta da dor.
5. Localiza a dor.
6. Obedece aos comandos.

* Melhor resposta verbal:

1. Nenhuma resposta.
2. Inquieto, incosolável.
3. Gemente.
4. Chorro consolável, interação adequada.
5. Sorri, orientado pelo som acompanhando objetos, ocorre interação.

* Olhos:

1. Nenhuma.
2. Com a dor (ex. leve beliscão).
3. Com a fala.
4. Espontâneo.


Referência: TEASDALE G., JENNETT, B. Assessment of coma and impaired consciousness. A practical scale. Lancet 1974,2:81-84. PMID 4136544

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